
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se manifestou com surpresa e indignação após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (11). A decisão, por 4 votos a 1, acusa Bolsonaro de tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes — em um julgamento considerado por muitos como politicamente motivado.
Trump, que tem sido um aliado firme do conservadorismo brasileiro, já havia classificado o caso contra Bolsonaro como uma verdadeira “caça às bruxas”, semelhante ao que ele próprio enfrentou nos EUA. Como resposta, o governo americano anunciou aumento de tarifas sobre produtos brasileiros, além de sanções diretas ao ministro Alexandre de Moraes e a revogação de vistos de entrada para diversos membros do STF.
Essa é a primeira vez na história do Brasil que um ex-presidente é condenado por esse tipo de acusação, gerando forte repercussão internacional e alimentando críticas sobre o ativismo judicial e a interferência política do Supremo no cenário eleitoral.
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes — figura central em decisões polêmicas dos últimos anos — votou pela condenação de Bolsonaro sob acusações de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano ao patrimônio público e ameaça grave. Para apoiadores do ex-presidente, trata-se de uma manobra jurídica para afastá-lo da disputa eleitoral e criminalizar a oposição.
Desde junho de 2023, Bolsonaro está inelegível, e hoje cumpre prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, por ordem direta de Moraes. A medida tem sido duramente criticada por juristas, parlamentares e lideranças conservadoras no Brasil e no exterior.
A condenação aprofunda ainda mais o clima de polarização no país e levanta preocupações sobre o futuro da democracia, especialmente diante da atuação de ministros que, segundo críticos, atuam como agentes políticos em vez de guardiões da Constituição.