O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) registrou mais uma aparição de uma onça-pintada no Parque Estadual da Serra da Concórdia, em Valença, no Sul do estado do Rio de Janeiro. As imagens, captadas por armadilhas fotográficas do Projeto Aventura Animal, mostram o felino — um macho adulto — caminhando pela mata durante o dia, o que indica que o animal está adaptado e confortável na região.
A presença da onça-pintada é considerada um marco importante, já que a espécie não era registrada em território fluminense desde a década de 1970. Desde o ressurgimento do animal, o Inea e órgãos parceiros vêm realizando um monitoramento intensivo para garantir sua segurança e estudar seu comportamento.
O registro foi feito dentro de uma área protegida, onde o felino é acompanhado continuamente. Segundo o Inea, não há registros de contato com seres humanos, já que a região é remota e de acesso restrito.
A recorrência de aparições no parque demonstra que o animal está marcando território, o que reforça a boa qualidade ambiental da unidade de conservação e sugere a presença de presas e outras espécies essenciais à biodiversidade local. Técnicos do instituto analisam imagens, pegadas e fezes encontradas no local, identificando uma dieta composta por animais como capivaras, catetos e tapitis.
O secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, destacou que o reaparecimento da onça é resultado direto do avanço das políticas ambientais no Rio de Janeiro.
“O Rio foi o único estado que apresentou aumento de área florestal e já estamos colhendo os resultados desse trabalho sério e assertivo de proteção aos nossos patrimônios ambientais. Só existem cerca de 300 indivíduos dessa espécie em toda a Mata Atlântica, e queremos assegurar políticas públicas que garantam sua preservação”, afirmou.
Com o retorno da espécie, o Inea desenvolveu um plano de acompanhamento e educação ambiental para orientar a população local e preservar a segurança tanto do animal quanto dos moradores. A Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade também adquiriu novas câmeras para reforçar o monitoramento da fauna.
Orientações à população
O Inea reforça que, caso o animal seja avistado, não se deve tentar se aproximar, fotografar ou atraí-lo com alimentos. A prática é proibida e representa risco tanto para o felino quanto para as pessoas.
A orientação é manter cães e outros animais domésticos dentro das propriedades e evitar circular em áreas de mata ou bordas de floresta durante a noite. A caça de qualquer animal silvestre é crime ambiental, e as equipes de fiscalização continuarão atuando na região para garantir a proteção da fauna.