Polícias Federal e Militar desmantelam fábrica clandestina de fuzis

Uma operação conjunta entre a Polícia Federal e a Polícia Militar de São Paulo desmantelou, nesta quinta-feira (21), uma fábrica clandestina de armas de fogo que funcionava em Santa Bárbara d’Oeste, no interior paulista. No local, foram encontrados 40 fuzis modelo AR-15 em fase de finalização, além de maquinário industrial de alta precisão, ferramentas e moldes utilizados na fabricação do armamento.

De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a ação foi resultado de um trabalho de inteligência da Polícia Militar que vinha sendo desenvolvido há cerca de 10 dias. A investigação apontava que as armas produzidas eram destinadas a facções criminosas que atuam no Rio de Janeiro e em São Paulo.

A operação teve início na quarta-feira (20), quando dois homens foram presos em flagrante na cidade de Americana (SP), enquanto descarregavam peças usadas na montagem dos fuzis em uma residência. Durante o interrogatório, a dupla teria confessado envolvimento na fabricação e indicado o local onde as armas estavam sendo montadas.

Ao chegar ao imóvel em Santa Bárbara d’Oeste, os policiais localizaram os armamentos, além de máquinas e ferramentas de uso industrial. Segundo o delegado-chefe da Polícia Federal em Campinas, Edson Geraldo de Souza, as peças encontradas seriam suficientes para montar pelo menos 40 fuzis AR-15 — armamento de uso restrito das forças de segurança.

Ainda segundo o delegado, a denúncia que deu origem à investigação indicava que o endereço funcionava como uma fábrica de peças aeronáuticas, o que ajudava a disfarçar a atividade criminosa. A Polícia Federal confirmou que o local foi periciado e que as investigações continuarão para identificar outros integrantes da rede de fabricação e distribuição de armas.

Os dois suspeitos foram autuados em flagrante por posse e comércio ilegal de armas de fogo, crimes que, somados, podem resultar em penas de até 18 anos de prisão. Em depoimento, eles afirmaram que fabricavam réplicas dos fuzis para vendê-las a compradores em diversos estados do país.

A PF informou que não descarta novas prisões nos próximos dias e reforçou o compromisso de combater o tráfico de armas e o crime organizado com ações integradas entre as forças de segurança.