
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou nesta semana a criação do Núcleo de Combate aos Crimes Cibernéticos (CyberGAECO), estrutura especializada voltada à repressão e prevenção de crimes praticados no ambiente virtual. A nova unidade será responsável por investigar organizações criminosas que utilizam meios digitais, criptomoedas e a dark web para aplicar golpes, lavar dinheiro e expandir suas operações ilícitas.
A iniciativa é do procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, que destacou a importância de modernizar o combate ao crime organizado diante das novas dinâmicas do cibercrime. “O grupo está recebendo capacitação de excelência, com acesso a recursos tecnológicos que estarão à disposição no enfrentamento dessa nova criminalidade — um avanço que, sem dúvida, fará a diferença”, afirmou.
Vinculado ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), o CyberGAECO foi formalizado por meio da Resolução GPGJ nº 2.740. O núcleo atuará com integração entre inteligência, investigações, ações judiciais e recuperação de ativos, incluindo cooperação jurídica nacional e internacional para desarticular redes criminosas virtuais.
De acordo com a coordenadora do GAECO/MPRJ, promotora Letícia Emile Alqueres Petriz, o núcleo contará com um laboratório próprio de coleta e análise forense digital, com ferramentas avançadas à disposição de promotores, servidores e policiais. “A criação do CyberGAECO representa um passo decisivo na modernização das estratégias de persecução penal, além de ser uma resposta institucional para enfrentar o avanço das práticas ilícitas no meio virtual, como fraudes eletrônicas, abuso sexual infantil, ataques a sistemas e operações com criptoativos”, explicou.
O promotor de Justiça Marcos Davidovich, subcoordenador do novo núcleo, ressaltou que o enfrentamento ao crime digital exige quebra de paradigmas e atuação integrada. “A repressão e a prevenção dependem de especialização, com domínio técnico e uso de ferramentas adequadas. O CyberGAECO é a resposta do MPRJ aos novos desafios da criminalidade digital”, destacou.
Além das investigações, o CyberGAECO também será responsável por estabelecer parcerias com órgãos públicos e entidades privadas, tanto no Brasil quanto no exterior, com o objetivo de rastrear condutas ilícitas e fomentar políticas públicas voltadas à segurança digital.